Eu postei essa postagem anteriormente no dia 13 de
agosto de 2018. E antes o titulo era “O desabafo de uma covarde (ex)apaixonada”
(É, eu sei. O título é ridículo.) e o texto em si tinha como objetivo colocar
em palavras todas as minhas frustrações que estavam entaladas na minha garganta
e presas no meu coração por muito, muito tempo. Com esse post, na época, eu
queria que minhas palavras alcançassem uma certa
pessoa, mas nem nos dias atuais ela parece se dar conta desse episódio. A
primeira versão ficou algo bem triste e cheio dos dramas, mas a vida é um
drama, não é?
Tive a ideia de reescrever esse texto e aproveitar
e atualizar e endireitar algumas coisas. Como podem ver o título também mudou
assim como essa autora que vos fala também mudou. Então vamos lá, e já adianto
que a coisa a seguir continua triste (até
porque eu sou quase uma profissional nesse assunto), mas de alguma forma
sinto que vou me divertir escrevendo. É sempre bom colocar as nossas
experiências na nossa frente e tentar ver por outros ângulos, vou escrever a
seguir sobre às vezes em que eu me apaixonei. Mas relaxem... Foram poucas.
Se apaixonar é uma experiência única, algo
maravilhoso e complexo. E bota complexo nisso, viu? Sabe os filmes de romance?
Eles mentem. Porque a coisa pode complicar muito mais do que eles mostram ou
simplesmente ser muito mais simples do que eles não mostram. Até hoje eu me
apaixonei de verdade 4 vezes. Cada
vez foi uma experiência de fato diferente. E também me deram uma dor de
cabeça...
Round #1 –
Do primeiro “crush” a gente nunca esquece!
Não vou citar nomes aqui. Seria deselegante!
A primeira vez que eu me apaixonei eu ainda estava
na época de escola e não era a pessoa mais ligada nessas coisas de buscar um
namoro ou ficar prestando atenção em quem era ou deixava de ser bonito. Até
porque naquela época eu, como qualquer outro jovem, tinha outras preocupações
como, por exemplo, as notas e a insegurança que o ambiente escolar fazia com a
autoestima da gente. Mas não posso reclamar do meu período escolar, passei por
momentos desagradáveis e tantos outros que guardo no coração com muito carinho (como por exemplo, conhecer meu irmão de
alma, algo que foi a melhor coisa da minha vida) e a minha primeira paixão
é uma delas.
Era um amigo de classe, alguém muito divertido e
que tinha um talento incrível pra desenhar (Ah,
eu também desenhava... Então era fácil a gente encontrar assunto pra conversar)
além de ser um poço de simpatia. Mas era um bom amigo e acho que atualmente
posso dizer que ele foi o meu primeiro “crush”, mas não deu em nada, foi um
mero amor platônico que me deixava boba quando ele estava por perto e logo eu
que me achava alheia demais para esse tipo de coisa me vi pega nas artimanhas
do cupido. Foi algo bobo e que não passou muito disso... Posso muito bem usar a
frase que ele fez meu coração acelerar e eu sentir as famosas borboletas no
estômago (clichê que fala, né?),
infelizmente, ele mudou de escola e meio que a gente perdeu o contato depois
disso, mas mesmo assim foi uma experiência boa, sabe? E guardo com carinho.
Primeiro round não foi de todo mal, não é mesmo?
Round #2
– Aqui as coisas começam a complicar um pouco
Continuando.
Um bom tempo se passou, muita coisa aconteceu e eu
amadureci e passei a entender algumas coisas sobre mim mesma. Sabe a tal fase
em que você está se descobrindo e descobrindo o mundo ao seu redor? (E percebe que você não vive exatamente numa
bolha, né?). Pois é. Muita ansiedade, pressão de todos os lados (Terminando escola, pensar numa carreira
–embora outras pessoas quem vão querer escolher por você - faculdade batendo na
sua cara com o vestibular...), insegurança. Mas também vem junto um melhor
entendimento das coisas, amadurecimento com o decorrer do tempo e um pouco mais
de confiança.
E no meio disso tudo aí eu te conheci, por mero
acaso, e passamos a trocar nossas primeiras palavras. Quando nos demos conta
tinha brotado uma amizade ali e era muito fácil conversar com você já que nós
duas tínhamos muitos gostos em comum (alguns nem tanto, mas mesmo assim a nossa
dinâmica fluía muito bem!), nossos horários escolares não batiam, mas mesmo
assim a gente sempre dava um jeito pra passar um tempo conversando. Ainda
éramos novas... E eu admito que achei que você seria só mais uma amizade nova
que com o decorrer do tempo a gente nem ia se falar mais, mas não foi bem isso
que aconteceu não, viu? Nossa amizade foi se construindo aos poucos, já
conhecíamos mais uma da outra e nossos assuntos não se limitavam apenas aos
nossos gostos em comum. Sempre te achei uma pessoa muito séria, mas ao mesmo
tempo descobri que era só te conhecer melhor *rindo de nervoso* e nesse ritmo a
gente completou 1 ano de amizade. E bom. Aí as coisas começaram a complicar.
Round
#2.1 – Só estava confundindo as coisas
Quando dei por mim passei a dar um pouco mais de
atenção a você. Não me leve a mal, mas eu reparei que comecei a ficar muito
mais curiosa sobre você, querer saber mais sobre você, entende? Como disse
anteriormente, eu sempre te achei muito séria, mas no fundo sempre soube que
era só ganhar a sua confiança que você se mostraria essa menina encantadora e
super gente fina que eu conheci. E foi ai que eu me toquei de uma coisa. E só
consegui pensar “Ah, não. Ferrou.”.
Me pegou de surpresa? Pegou. Eu estava esperando
uma coisa dessas acontecer? Obviamente que não.
Eu simplesmente pensei que estava só confundindo as
coisas, pois você sempre foi muito receptiva e legal comigo (Tá, tinha momentos que a gente quebrava o
pau e suspeito que várias vezes por motivos fúteis, ou porque você tinha um
jeito prático demais pra analisar certas coisas) e vai ver eu estava
entendo tudo errado e veio uma onda de sentimentos confusos (e bota confusos
nisso!), busquei até pedir conselhos pra outras pessoas e cheguei a bela
conclusão que: Eu tinha me apaixonado pela minha melhor amiga. (Pois é. Você
não leu errado, meu bem.).
E convenhamos. Isso não me parecia que ia acabar
muito bem não... Motivos?
Primeiro de tudo: Você era uma garota. E obviamente alguém hétero.
(Simplesmente não dá e nem pode! Fazer alguém mudar sua orientação sexual só
porque você gosta dele, entendem? Implica em muita coisa).
Segundo: Eu estava apavorada com a ideia de falar
como eu me sentia pra você e acabar perdendo sua amizade por isso. (Até porque
eu tinha uma vaga impressão naquela época que você não aceitava muito bem esse
tipo de coisa, felizmente nos dias atuais você amadureceu e mudou esse meu
pensamento).
Terceiro: Bom. Você também estava, aparentemente,
interessada em alguém.
Round
#2.2 – Amor platônico que fala, né?
Olha, eu tenho que te confessar uma coisa. Sempre
admirei a sua forma de enxergar as coisas de forma prática e quando você
conseguia transformar algum problema meu, que eu achava algo de sete cabeças,
em algo mais simples. Isso me encantava. Tudo em você me encantava. Sempre te
achei, e ainda acho uma pessoa incrivelmente bonita, mas não só na aparência...
Apesar do seu jeito que as vezes me dava ganas de te esganar, você era uma
pessoa muito bonita por dentro e por fora (clichê
que fala, né?²), além d’eu te achar super talentosa e de uma alma sensível (apesar de dura as vezes e banhada de realismo
que parecia ser sua essência) que mesmo quando não sabia como proceder com
algo você estava disposta a dar algum suporte.
Realmente. Você foi uma das melhores amizades que
eu cultivei e sou deveras grata por isso. Muito do que eu sou hoje posso dizer
que você é uma das responsáveis e que me ajudaram em toda coisa até agora.
Apesar dos pesares, não me arrependo do que senti por você. E bom. Como disse
antes, meu medo de estragar tudo me impediu de te confessar o que eu sentia (e até hoje isso meio que me rende algumas
noites de insônia), mas sabe que às vezes eu penso que deveria ter sido mais
honesta com você e em outras vezes penso que meu silêncio foi a melhor escolha.
(E me rendeu dores... Aiai).
Você passou a compartilhar comigo sobre as suas “experiências
amorosas”, como estava gostando de um sujeito que aparentemente te deixava
muito confusa. (Eu o achava um tremendo
babaca. Ah, sim. Eu ainda o acho um tremendo babaca.) E fique você sabendo
que quando me disse que estava gostando dele, bom... Doeu. E não estou usando
uma metáfora aqui, ok? Realmente doeu. Como se um balde de água fria caísse em
cima de mim e a realidade esfregasse na minha cara em letras bem grandes “É IMPOSSÍVEL. NÃO VAI ROLAR.”
Eu realmente estava apaixonada por você. Eu fui apaixonada
por você! Muito mesmo!
Mas ou eu me confessava correndo o risco de perder
nossa amizade já sabendo que o meu “não” era mais que certeza. Ou eu continuava
quieta engolindo tudo e sofrendo em silêncio, mas ainda sim, desejando sua
felicidade.
E adivinhem que opção essa que vos escreve
escolheu? Isso mesmo. A segunda. Não tinha muito que fazer, né?
E isso nos leva para a minha “terceira
paixonite.”
Round #3 –
Coloque pra tocar "(Não)Era Amor'' da Giulia Be
Eu simplesmente não gosto desse aqui. Então serei
bem rápida pra resumir esse rolo.
Vamos lá. Eu ainda estava abalada e com a cabeça
cheia por causa do amor platônico que não era correspondido ali em cima e achei
que se eu tentasse conhecer novas pessoas talvez isso seria melhor. Aiai...
Pior ideia.
Não sei se posso dizer que essa terceira foi uma
paixão de verdade. Eu gostava dele,
ele era um cara muito legal e divertido, um bom rapaz. Que insistiu muito e
meio que acabei cedendo até porque começou a surgir um possível interesse.
Cheguei a gostar dele sim. (Até hoje guardo um carinho por ele, apesar que não
tenha dado certo).
Acontece que... Quando eu achava que finalmente ia
dar em alguma coisa. Não deu.
Ele avaliou melhor as coisas e simplesmente disse
que “Pensando bem, não quero um relacionamento agora”.
Ao menos ele foi sincero. Eu fiquei puta sim.
Chorei também e perguntei pro universo qual era a graça de ficar me sacaneando.
E foi assim que acabou. Mas não pensem que esse
guri foi um babaca, ele não foi. Vai ver simplesmente não era pra ser.
Infelizmente não conversamos mais.
Round
#2.3 –Brasileiro não desiste, gente.
Depois desse episódio ai de cima eu me fechei de
novo para o mundo. Foquei totalmente nos meus estudos na faculdade, até porque
era muito mais importante e joguei a minha vida amorosa que era já quase que
nula pra escanteio. Cheguei a contar pra minha amiga dessa experiência que eu
tive e ela ficou bem brava e depois me animou dizendo que talvez não era pra
ser e que um dia eu encontraria alguém ideal. *rindo de nervoso*
E sabem o que aconteceu? A chama do que antes era
uma “vela de amor platônico” virou uma tocha e eu percebi que você ainda mexia
(e muito!) comigo. E ai eu passei a ficar bem frustrada.
Nossa amizade ia muito bem! Você me falava suas
experiências, seus avanços nos seus projetos de vida e isso ia fluindo e
completamos mais um ano de amizade e chegamos a conclusão que as duas eram
alvos de bullying do cupido. Mas uma sempre estava ali pra outra e disposta a
apoiar e dar uns puxões de orelha de vez em quando e cara. Isso me dava um nó
nas entranhas, pois eu me sentia mal de não ser honesta com você! Mas eu tinha
tanto medo! Até hoje eu tenho!
Passei a dar alguns sinais sutis e você não pegou
absolutamente nenhum. Ai eu desisti.
Só que sabe o brasileiro? Ele não desiste. A gente
só não dominou o mundo porque a gente não quer.
Eu estava me sentindo sufocada. Eu te amava de
verdade. Era estranho quando a gente brigava ou ficava muito tempo sem se
falar, era estranho. E toda vez eu sentia as borboletas no estomago quando você
dizia algo legal. *rindo* (Romântica
incurável que fala, né? Não. É trouxa mesmo.). E apesar das sensações boas...
Também tinham as ruins. Que doíam pra um inferno.
Ao menos a nossa amizade não mudava. Você sempre
foi uma observadora incrível e percebeu que tinha alguma coisa me incomodando e
eu sempre jogava alguma desculpa qualquer e isso não colou com você. Então eu
resolvi me abrir contigo e ser sincera (não
te contei toda a verdade, mas disse
boa parte dela) sobre as coisas que estavam acontecendo (que na verdade
estavam rolando há um bom tempo, né?).
Tive a brilhante ideia de criar uma historinha hipotética
onde eu estava gostando de uma amiga, mas tinha medo de como ela iria reagir e
tudo mais. Você ficou surpresa. Depois disse que suspeitava que eu poderia me
sentir atraída por garotas também e daí, meus amigos, ela entrou no modo analítico
e deveras realista dela. (Tremi horrores? Sim ou claro?)
Você simplesmente disse que: “Se uma amiga me
dissesse que gostasse de mim. Eu me sentiria muito desconfortável.”
Preciso dizer mais alguma coisa? Meu coração se
quebrou naquela hora. *rindo de nervoso* Mas fiquem tranquilos, era uma
situação hipotética, lembram? Eu joguei o famoso verde pra colher maduro. Não
tinha como eu ficar brava ou triste com ela, mas com a situação sim. E foi ai
que eu percebi finalmente que era impossível. Ia ser um amor não-correspondido
e não passar disso e que se pra ter a amizade dela seria mais prudente eu ficar
em silêncio... Foi assim que eu o fiz.
Engraçado que eu levei um fora e ela meio que nem
sabe disso. *rindo* Lógico, na época nós duas éramos diferentes de como somos
hoje em dia, estamos ambas mais maduras (assim eu espero) e mesmo que tenha
doído na época foi um bom aprendizado.
Mas não se irritem, ok? Ela não tem nenhum tipo de
preconceito. Ela é alguém maravilhosa. E que eu me orgulho muito e tenho o
enorme carinho, mas que apesar dos pesares eu guardo com muito afeto o fato
de ter me apaixonado por ela.
E foram bons anos haha.
Ainda me sinto curiosa em como você teria reagido
na época ou em como você reagiria hoje em dia se soubesse disso.
Em agosto de 2018, quando eu escrevi a primeira
versão desse texto, ele era muito mais dramático e muito mais triste. Eu estava
bem frustrada e triste na época. Queria muito que a minha segunda paixão e a
mais problemática lesse e sei lá, me desse uma resposta. Talvez nos tempos
atuais isso aconteça. Porque antes, mesmo eu desabafando eu deixei tudo muito
nas entrelinhas haha.
Minha querida amiga, se um dia chegar a ler essa
minha postagem.
Saiba que eu amo você, mas não da mesma forma,
saiba que superei o amor platônico que eu tinha por você (com muito custo haha)
e hoje apenas te vejo como alguém deveras importante em minha vida e uma amiga
que eu sinto que vai ser pra vida toda. Me desculpe se te deixar desconfortável
quando souber dessa informação, não é minha intenção, mas não irei me desculpar
pelo o que eu senti. Até porque foi algo sincero e verdadeiro.
Wow! O texto ficou muito mais leve que a primeira
versão! Me diverti um bocado reescrevendo ele. Uma sensação de leveza, sabe?
“Ahh, Yuuki. Mas não disse que se apaixonou quatro
vezes? Cadê a quarta vez?”
Bom. Só adianto pra vocês que hoje em dia eu
acredito que amadureci muito mais e entendo melhor algumas coisas que antes,
mas mesmo assim não quer dizer que esse tipo de coisa não me deixe confusa e
assustada. (Acho que todo mundo se sente assim kkk).
Lidar com o amor é complicado, gente!
Se apaixonar não é fácil. Sério mesmo.